Meu
coração nunca foi grande nem bom. Estão destruindo o edifício São Domingo, algum
desconhecido me alerta. Estou na praça diante do tempo e das pessoas, corre um vento
bom, o barulho da fonte alivia meu peso. Fim de expediente na Maciel Pinheiro, dois
homens jogam restos de comida em uma carroça de tração animal, duas mulheres
puxam uma vitrine sobre rodas, vendem bíblias, o homem ao meu lado lê um texto
que se pergunta se existem anjos maus. Deve existir, tudo de mal existe. Estou
destruído. O edifício São Domingo deixa de existir, e as minhas ruínas sentam
na praça, observam a paisagem, trocam olhares e escrevem magras e confusas
linhas. Quem me dera uma definição tal qual o São Domingo.
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