segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Edifício São Domingo


Meu coração nunca foi grande nem bom. Estão destruindo o edifício São Domingo, algum desconhecido me alerta. Estou na praça diante do tempo e das pessoas, corre um vento bom, o barulho da fonte alivia meu peso. Fim de expediente na Maciel Pinheiro, dois homens jogam restos de comida em uma carroça de tração animal, duas mulheres puxam uma vitrine sobre rodas, vendem bíblias, o homem ao meu lado lê um texto que se pergunta se existem anjos maus. Deve existir, tudo de mal existe. Estou destruído. O edifício São Domingo deixa de existir, e as minhas ruínas sentam na praça, observam a paisagem, trocam olhares e escrevem magras e confusas linhas. Quem me dera uma definição tal qual o São Domingo.






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